terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Da calma veio o Caos - Parte I: Música e movimento Grunge

Essa é uma série de 4 partes chamada " Da Calma veio o Caos!", que vou falar do movimento musical que mais gosto e me identifico desde minha adolescência.

Tanto a arte como a musica fizeram-se inesqueciveis, peso e muita destruição nos instrumento e nos palcos com efeitos de fuzz e feedback esse é o Grunge.

Varias vezes aqui no blog falei de bandas e temas Grunge , mas nunca da história e do movimento em si, então criei essa série para falar do Grunge e de suas bandas e importância musical e social.

Colocarei aqui uma postagem com meu conhecimento empírico e o resultado de muita pesquisa na internet, documentários e em livros, espero que gostem, de uma amante do grunge, para aqueles que conhecem ou querem conhecer e entender mais sobre tal assunto :)


O grunge em si é uma definição da musica e da sonoridade é uma mistura de punk e heavy metal surgiu no fim da década de 80 no noroeste dos EUA mais exatamente em Seattle uma pequena e parada cidade dos Estados Unidos, quase na fronteira com o Canadá, com um clima frio e cinza, e em Olympia, também uma cidade parada , mas ai vem a pergunta: de onde vem tanto barulho e furia e por que ?

Já que as cidades como  Seattle, um lugar gelado, chuvoso e sem graça, eram tão diferentes da musica que de lá saiu.

Os jovens pouco tinha de diversão, em tais cidades, a maioria queria mesmo era ir embora de lá, odiavam aquele frio, e as bandas que nasciam em Seattle, sonhavam em ir para Los Angeles conseguir um contrato com alguma gravadora.

E foi justamente por causa desses elementos que rapazes e garotas montavam bandas com o único objetivo de se divertir e matar o tempo.

O termo "Grunge", que em seu sentido literal é o mesmo que "sujeira" ou "imundície" em inglês, provem de uma pronunciação relaxada da palavra "grungy",  descreve-se grunge  tanto o estilo visual das bandas e dos fãs, quanto o som saturado e distorcido das guitarras que dão o tom das músicas algumas bandas dão mais ênfase a um genero ou outro, funde elementos do hardcore punk e do heavy metal, apesar de a música compartilhar com o punk, um som cru e interesses líricos semelhantes.

Ao lado das raízes dos gêneros punk e rock alternativo, muitas bandas grunge foram igualmente influenciadas pelo heavy metal da década de 1970.

No entanto, também envolve andamentos muito mais lentos, harmonias dissonantes e instrumentação mais complexa etrabalhada, que é visivelmente herdada do heavy metal.

Alguns indivíduos associados com o desenvolvimento do grunge noventista, incluindo o produtor da Sub Pop, Jack Endino, e o The Melvins, explicaram a incorporação do grunge de influências do rock pesado como o Kiss, Black Sabbath e Led Zepellin, como "provocação musical".
Alice in Chains no inicio da carreira

Os artistas grunge consideram essas bandas "cafona" mas mesmo assim gostam delas; Buzz Osborne do The Melvins descreveu-as como uma tentativa de ver quais coisas ridículas as bandas poderiam fazer e se safar.

No início da década de 1990, a marca do Nirvana "para-começa" no formato das canções tornou-se uma convenção de gênero.

As letras são normalmente cheias de angústia, muitas vezes abordando temas como alienação social, apatia, confinamento e um desejo de liberdade.

Os  temas têm um semelhança com os abordados pelos músicos do punk rock.

Uma série de fatores influenciou o foco sobre tal assunto.

Muitos músicos grunge exibem um desencanto geral com o estado da sociedade, bem como um desconforto com os preconceitos sociais.

Mark Arm afirmou que o isolamento significou que "esse um canto do mapa estava sendo realmente inato e estava arrancando ideias uns dos outros."

O grunge evoluiu a partir da cena de punk rock local e era inspirado por bandas como The Fartz, The U-Men, 10 Minute Warning, The Accüsed e Fastbacks.

Além disso, o estilo lento e pesado do The Melvins foi uma influência significativa no som grunge.
Fora do noroeste do Pacífico, uma série de artistas e cenas musicais influenciaram o grunge.



O crítico musical Simon Reynolds disse em 1992 que "há um sentimento de exaustão na cultura em geral.As crianças estão deprimidas com o futuro."

O humor no grunge é muitas vezes satirizado no glam metal, por exemplo, a canção "Big Dumb Sex" do Soundgarden.

Na época, ninguém poderia imaginar que bandas tão anarquistas e barulhentas pudessem tomar conta do mercado pop mundial.

Toda essa história, porém, começou um pouco antes dos anos 90, quando as bandas Green River, mais tarde Mudhoney, formada em 1983, e Soundgarden, de 1984, tornaram-se as primeiras do gênero a gravar para o selo independente local a Sub Pop, cujo nome logo se tornaria sinônimo de grunge.

Mark Arm, o vocalista da banda Green River, é geralmente creditado como sendo o primeiro a usar o termo "grunge" para descrever este gênero de música.

Arm usou o termo em 1981, quando escreveu uma carta com o seu nome Mark McLaughlin ao Seattle zine Desperate Times, criticando sua banda Mr. Epp and the Calculations como "Puro grunge! Puro barulho! Pura merda!"

Clark Humphrey, editor da Desperate Times, cita isso como o primeiro uso do termo para se referir a uma banda de Seattle, e menciona que Bruce Pavitt da Sub Pop popularizou o termo como um rótulo musical em 1987–88, utilizando-o em várias ocasiões para descrever o Green River.

Apesar de Arm usar o termo originalmente de forma pejorativa, ele acabou se tornando a denominação para todas as bandas que surgiam em Seattle no inicio de 1990.

Hype documentário sobre o Grunge, recomendo!
Do Soundgarden saíram, inclusive, os fundadores de duas das bandas mais cultuadas da turma: Mudhoney e a já citada Pearl Jam.

Inspirado pelo hardcore punk, pelo heavy metal e pelo indie rock.

As letras das bandas grunge geralmente caracterizam-se por altas doses de angústia e sarcasmo, entrando em temas como alienação social, apatia, confinamento e desejo de liberdade.

"Jeremy" do Pearl Jam, que conta a história de um garoto que é ridicularizado pelos colegas na escola e deixado de lado pelos pais, o que o leva ao suicídio, a musica "Man in the Box" do Alice in Chains que tem uma tendência introspectiva ("homem dentro de uma caixa") gerando a descrença e o desespero de uma pessoa isolada, e "Smells Like Teen Spirit", do Nirvana, que enfoca, dentre outros apectos, um faxineiro faminto e até mesmo o próprio Kurt, interpretando um garoto tímido que quer fazer uma revolução no colégio. 
Outro tema constante são as críticas ao comportamento padrão e destrutivo da humanidade, ora de maneira bastante abstrata, ora com palavras bem diretas, como em "Do The Evolution", também do Pearl Jam

Seguiram deixam uma herança filosófica ao misturar ideais punks e hippies,e como os cínicos da Grécia Antiga.
A estética grunge é despojada em comparação a outras formas de rock, e muitos músicos grunge se destacaram por sua aparência desleixada e por rejeitarem a teatralidade em suas performances.

 As roupas comumente usadas pelos músicos grunge consistia de itens  e peças de brechós e típicas roupas principalmente camisas de flanela da região, que era comumente usada por madeireiros, vindo dai a peça, bem como uma aparência geralmente desleixada.

Os concertos grunge eram conhecidos por serem diretos, com performances enérgicas.

Sem exageros no palco pirotecnia e luzes, apenas a vontade de cantar, mesmo que fosse com instrumentos baratos, as bandas se apresentavam sem diferença das pequenas bandas locais por onde faziam tour.

As bandas grunge queriam alcançar o sucesso, mas muitas bandas grunge depois da explossão do som de Seattle, estavam desconfortáveis com tal popularidade.

Jack Endino disse no documentário Hype! de 1996, que as bandas de Seattle eram "intérpretes inconsistentes" ao vivo, uma vez que o seu principal objetivo não era ser artista, mas simplesmente "rock out".

Entrando mais no documentario HYPE! Onde retrata a cena de Seattle no início dos anos 90 que apontava para o que seria um dos maiores movimentos musicais de todos os tempos.

O documentário registra em 83 minutos os rastros do furacão do movimento Grunge, contado do ponto de vista sincero e perplexo de seus protagonistas.

 Conta com destreza como o grunge ganhou fama mundo afora, incluindo entrevistas e performances raras  das bandas: Nirvana, Pearl Jam, Mudhoney, Soundgarden, The Posies, 7 Year Bitch, The Melvins, Supersuckers.O audio é em inglês, com legendas em português.

Com direção de Doug Pray, que tenta explicar o que aconteceu antes, durante e depois da cidade de Seattle explodir em acordes distorcidos e melodias arrastadas que tanto chamou atenção dos jovens.

Com a participação de protagonistas de sucesso como Eddie Vedder (Pearl Jam), Kim Thayil (Soundgarden), Mudhoney, o produtor Jack Andino e fundadores da Sub Pop, Jonathan Poneman e Bruce Pavitt, mais uma gama de bandas, empresários, donos de selos, fotógrafos e artistas gráficos que não foram tão bombados.

Como foi lançado originalmente em 1996(lançado no Brasil em 2006 pela revista Bizz), o filme mostra o “movimento” com um certo frescor mas já em declínio.

Os curiosos acontecimentos, principalmente em relação a mídia, quando esses eram tratados com cinismo por não saber exatamente o que estava acontecendo, então boatos eram fabricados e paravam nas capas de cadernos de grandes jornais, como o mito de um “dialeto grunge” que foi publicado no New York Times.

E também a ridicularização de revistas como People, Vanit Fair e a “bíblia” Rolling Stones, sobre seus editoriais de moda grunge.Que covenhamos muito estupido e burguês, com camisas de flanelas que até hoje aparecem em revistas, tentando ainda fazer de um movimento musical e desleixado, a primeira moda da estação.

O estilo não se  desenvolveu como uma tentativa consciente de criar uma moda atraente, no livro "Heaven Than Heavier" o jornalista musical Charles R. Cross disse: "Kurt Cobain era muito preguiçoso para lavar o cabelo".

Também corre na contramão da estética toda chamativa que existia na década de 1980, preocucada com o brilho e o luxo, o grunge meio que era um a forma de protesto visual contra isso.

O mais curioso de se ver e ouvir é a preocupação com que a maioria das pessoas já mostrava em relação ao bisness musical, observada em depoimentos como “O resultado dessa coisa toda de hypar um selo, um som, um lugar é que começa desviar a atenção dos artistas que estão fazendo música” e sobre a comparação das grandes gravadoras com um bebê gigante e mimado.

Os exageros citados pelos entrevistados pode ser resumido na frase inicial do filme, que diz: “Atualmente Seattle é para o rock ‘n’ roll o que Belém foi para o cristianismo” (Revista Spin, 1992).

O som do grunge é também um resultado ao isolamento de Seattle de outras cenas musicais.

Como Jonathan Poneman, da Sub Pop, observou: "Seattle foi um exemplo perfeito de uma cidade secundária com uma cena musical ativa que foi completamente ignorada por uma mídia americana fixada em Los Angeles e Nova York." De onde menos se esperava que surgisse musica veio o som que sacudiu os anos 90.


Sendo assim, notaram que a abertura de leque quanto as vertentes musicais era fundamental para a expansão do “movimento”, seguindo basicamente três linhas diferentes: o punk-rock, tendo como maior expoente o Nirvana; o hard rock, mais aproximado ao Pearl Jam, e o Heavy Metal, encabeçado por Soundgardem e o Alice in Chains.

Bruce Pavitt e Jonathan Poneman da Sub Pop, inspirados por outras cenas musicais regionais na história da música, trabalharam para garantir que sua gravadora projetasse um "som de Seattle", reforçado por um estilo semelhante de produção e embalagem de álbum. 

Enquanto o escritor musical Michael Azerrad reconheceu que as primeiras bandas grunge como Mudhoney, Soundgarden e Tad tinham sons distintos, ele observou que "para o observador objetivo, houve algumas semelhanças distintas."

Os primeiros concertos grunge foram pouco frequentados, mas as imagens do fotógrafo da Sub Pop, Charles Peterson, ajudaram a criar a impressão de que tais concertos eram grandes eventos.


A popularidade do grunge na cena da música underground era tal que as bandas começaram a mover-se para Seattle e se aproximarem da aparência e do som das bandas grunge originais.

Steve Turner do Mudhoney disse: "Foi realmente ruim. Bandas falsas foram aparecendo aqui, as coisas não estavam vindo de onde estávamos vindo." Como reação, muitas bandas grunge diversificaram seu som, com o Nirvana e o Tad em especial criando canções mais melódicas.


Na segunda parte falaremos das bandas que influenciaram o grunge e das principais bandas grunge além do Nirvana :)









Um comentário:

  1. Josi, já vi e vejo muita coisa sobre o movimento Grunge; e eu que vivi minha segunda década naquela fase da música, curti muito o estilo. Ainda curto nas horas que quero dar vazão aos gritos interiores. Achei muito bem apontado o que se refere às semelhanças com o Punk Rock. E de modo geral, seu texto ficou muito rico. Parabéns! Abraço amigo do blogueiro visitante! Feliz 2012!

    “Para o legítimo sonhador não há sonho frustrado, mas sim sonho em curso” (@JefhcardosoReal)

    ResponderExcluir